quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Alef א

E Alef א finalmente conseguiu que sua vida começasse a tomar novo rumo, ou pelo menos conseguiu dar novo sentido aos fatos que, bem interpretados, apontavam para um novo direcionamento. Recebeu uma ligação de um antigo romance, a Gil. Recebeu a notícia que sua atual e já finda paixão - Lira - havia inventado qualquer desculpa tola para não receber seu belo e bem intencionado e confeccionado presente (um rico album de fotos com uma caixa deliciosas da famosa empresa de chocolates finos "Présénté"). Ou seja, ela o ama, mas só não consegue aceitar o convite, ou qualquer outra coisa do tipo. Na viagem feita hoje com seus alunos à capital, Alef encontrou seus ex-futuros cunhados, irmão e cunhada de sua ex-futura esposa e, depois de quatro anos de conhecidos, pela primeira vez este ex-cunhado abre um belo sorriso e o trata como um amigo. Alef também sorriu e amou mais um pouco sua Maria Rosa, ex-futura esposa e futura ex-paixão. No trabalho, uma grande preocupação é subitamente interrompida ao receber o email que assegurava que sua encomenda fora entregue. Um alívio apaziguou a alma deste jovem homem. Porém, um alívio momentâneo, passageiro.. pois o que este homem deseja e quase sempre relega para segundo plano na correria do dia a dia é ter um momento do seu Deus.

*א*

Hoje ALef acordou feliz, mas muito feliz. Ora, porque? Durante o dia inteiro ele ficou sem entender o porquê desta felicidade. Bom, ele acordou e foi trabalhar em casa. Na contemporaneidade inventaram o trabalho em casa onde, ao invés de trabalhar menos, se trabalha mais e em todo o momento. O não-horário de expediente, se não bem controlados, escravizam o sujeito a um trabalho contínuo sem tregua e em casa. A sensação é horrível, e só se consegue ter sucesso quando se rende às novas lógicas de auto-controle, auto-gestão do tempo dentro de uma manière-de-faire capitalística. Trabalhando, Alef vai digitando e escutando Caim Fabin, um pensador muito inteligente que disponibiliza audios para download na internet.

Em meio a papéis e digitações intermináveis em um quarto repleto de afazeres, surge no coração de Alef um desejo muito grande de viajar. Viajar com liberdade e pregando a liberdade. Andar errante por esta terra falando de uma felicidade e de uma boa notícia. Mas, não se fala com vivacidade aquilo que não se vive...

*א*

Nenhum comentário:

Postar um comentário